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Título:
História e Historiografia: teoria e prática contemporâneas

Proponentes:
Estevão de Rezende Martins (Universidade de Brasília),
Pedro Spinola Pereira Caldas (Universidade Federal de Uberlândia)

Descrição:
Na ciência histórica, em geral, a articulação entre teoria e prática nem sempre foi facilmente considerada necessária. Se a sociologia, a antropologia, a política e a economia praticamente desde seus primórdios tinham a práxis como base empírica de seus recortes de pesquisa, e viam a teoria como sustentação do recorte epistêmico e do tratamento dos dados (mais tarde: também como o enquadramento de sua coleta), a história, em particular ao longo do breve século 20 historiográfico (até os anos 1980) e em boa parte por influência da “escola dos Annales” francesa, deitavam sobre todo esforço teórico um olhar desconfiado e distante. A afirmação da história como ciência, na passagem do historicismo do século 19 para o empirismo modificado da primeira metade do século 20, produziu uma reação de cunho dialético com relação à teoria. De uma parte, associou-se à teoria da verdade possível (a historiografia é uma contribuição verossímil e plausível, a partir de dados controláveis) uma recusa inexplícita mas claramente reconhecível de adotar teorias, associando-as à filosofia especulativa da história. A postura era de ver nessa filosofia uma atitude anti-científica e, por conseguinte, incompatível com a pretensão de objetividade e segurança que o conhecimento histórico deve(ria) alcançar. De outra parte, a constituição metódica de uma ciência histórica consistente e plausível somente poderia avançar se se encontrasse baseada em uma teoria da pertinência empírica de seu discurso (narrativa) com relação à base empírica de sua pesquisa. O embate entre o “positivismo” e o “marxismo”, longamente alimentado, levou a simplificações e a mascarar a diversidade de abordagens teóricas de que a história se poderia valer. A partir dos anos 1980, notadamente, a questão se concentra, pois, na justificação da indispensabilidade da reflexão teórica como parceira constante e imediata da práxis da pesquisa.

O problema em que se concentra a proposta de debate público no simpósio está concentrado em três aspectos:
(a) que fundamentos ainda subsistem, na era da relativização generalizada, para a confiabilidade do conhecimento histórico, para além do contágio social e das convenções corporativas;
(b) que legitimidade possui o discurso narrativo da historiografia (no mais das vezes nacional) para sustentar o projeto de identidade social e cultural do grupo humano a que se dirige;
(c) que (in)dependência possui a ciência histórica com relação aos paradigmas de outras ciências sociais, notadamente as que lidam especificamente com o agir humano intencional.

Quanto ao quesito (a), a proposta é a de um conhecimento histórico relacional, simultaneamente dependente da qualidade das fontes apreendidas e compreendidas e de seu controle intersubjetivo na corporação de ofício dos historiadores, em primeiro lugar, e na cultura/consciência histórica da respectiva sociedade, em segundo lugar.

Quanto ao quesito (b), o objetivo é propor uma teoria da narrativa vinculante. Uma narrativa vinculante é aquela cujo sentido pragmático somente se sustenta se existir base empírica para seu nexo de significado e se produzir efeitos no espaço social de que emerge e ao qual se dirige.

No quesito (c), tem-se por meta expor a tese de que somente em rede interdisciplinar a compreensão, interpretação e explicação histórica se mantêm e preservam sua cientificidade.
Esses três objetivos desdobram-se em dois movimentos: o de fundamentos e o de aplicação.

O momento de fundamentação remete à pesquisa historiográfica, ou seja: a base empírica da proposta teórica é a historiografia disponível – certamente não a totalidade, mas preferencialmente a história social e a história cultural, cujo teor liga-se mais diretamente às questões da identidade nacional e a seus desdobramentos. O momento da aplicação está na possibilidade de tais recursos teóricos serem transformados em matrizes analíticas utilizáveis no exame da diversidade historiográfica naturalmente produzida.

Esses quesitos podem ser abordados tanto desde a perspectiva dos clássicos da historiografia internacional (notadamente a partir de meados do século 19 no modelo historicista) como daquela adotada pelos historiadores brasileiros desde aproximadamente os anos 1960, quando começam a aparecer as primeiras grandes obras ditas de síntese sobre a história nacional e sobre a identidade do brasileiro, inclusive com referência à historiografia anterior, para efeito de análise comparativa.

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