Agência oficial do evento 
			  
			 
			  
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	Mini-cursos | 
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	Título: A razão gráfica nas missões guaranis: espaço, territorialidade e identidade indígena | 
 
	 Proponentes: Artur Henrique Franco Barcelos (Universidade de Caxias do Sul), Eduardo Santos Neumann (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) | 
 
	 Descrição: O mini-curso se propõe a analisar a transformação cultural resultante das práticas de catequese presentes na ação missionária dos jesuítas na região platina entre os séculos XVII e XVIII. Para tanto, o curso pretende esboçar um panorama geral da ocupação indígena pré-colonial, com ênfase na parcialidade guarani, e o impacto da ocupação, colonização e evangelização espanhola a partir do século XVI. 
        Parte-se da premissa de que, uma vez assentadas as bases de domínio na região, os missionários da Companhia de Jesus deram início, a partir do século XVII, a um intenso processo de reorganização espacial das sociedades indígenas, promovendo deslocamentos e re-elaborando as estruturas sociais, políticas, econômicas e culturais que resultaram na inserção dos guaranis na sociedade colonial.
       O êxito da proposta reducional dependia em grande parte de eliminar a dispersão guarani e configurar uma nova espacialidade que resultou na constituição de uma nova identidade: o guarani missioneiro. O caráter de fronteira luso-espanhola da região onde se instalaram tais reduções determinou em grande parte o ambiente de animosidade que resultaram nos avanços e recuos da frente missional jesuítica. Paralelo a seu papel de assentamentos de fronteira, estas reduções caracterizaram-se também como um novo espaço para os índios, onde os mecanismos de evangelização que incluíam as “artes e ofícios” estimulavam o uso da razão gráfica. A prática da escrita aliada a elaboração de planos, croquis e mapas permitiram aos guaranis o manuseio e domínio da cultura escrita. 
         Ao adotarem as estratégias facultadas pelo sistema jurídico espanhol, as comunidades indígenas procuraram superar dificuldades e garantir sua primazia sobre certos territórios. Para atingir seus objetivos se valiam de procedimentos reconhecidos pela monarquia espanhola como legítimos, no caso o envio de cartas e memoriais além da elaboração de mapas. O convívio com os trâmites administrativos, voltados a efetivar a centralização monárquica - através do envio de informes ou consultas escritas - repercutiram de forma acentuada entre os guaranis. 
         Nesse contexto a cartografia atendia tanto a uma necessidade prática quanto política, como a de exercer o controle sobre novos territórios. O estabelecimento de mapas sinalizando caminhos e demarcando regiões é uma das peças para o conhecimento de uma região e domínio de um território. Assim como a escrita, a cartografia acabou fazendo parte das práticas presentes na evangelização jesuítica, propiciando uma apreensão deste conhecimento pelos guaranis. Como resultado, tem-se a formação de uma identidade indígena na qual as concepções de tempo e espaço foram alteradas diante da vida em redução e do convívio com a sociedade colonial. 
        Durante o mini-curso serão apresentadas e analisadas fontes documentais escrita e cartográficas relativas a experiência catequizadora na região. Tais fontes permitem uma aproximação com sua utilização no processo evangelizador, bem como as apropriações praticadas pelos indígenas diante dos instrumentos de conversão.
 Conteúdo programático:
    1) Ocupação e colonização do rio da Prata: índios e missionários na sociedade colonial.
    1.1 A ocupação indígena pré-colonial – caçadores-coletores e horticultores
    1.2 A projeção ibérica sobre o Prata: rede de cidades e a formação do mercado interno 
    1.3 A Companhia de Jesus e a Província Jesuítica do Paraguai 1610-1767
    2) Espaço e territorialidade na Província Jesuítica do Paraguai.
    2.1 A Província Jesuítica do Paraguai: colégios, ofícios e reduções
    2.2 Avanços e recuos da frente missional: séculos XVII e XVIII
    2.3 A cartografia jesuítica e a organização espacial: a construção do “espaço missioneiro”
    3) Escrita e memória: conflito e identidade na Banda Oriental
     3.1 A elite letrada indígena e o cabildo missioneiro
     3.2. As missões orientais, o colonialismo lusitano e a identidade tape
     3.3. Os usos e as funções da escrita indígena
    4) Razão gráfica: tempo e espaço nas reduções jesuítico-guarani
     4.1 As fontes para o estudo da razão gráfica na sociedade colonial 
     4.2 Tópicos de cartografia histórica
     4.3 Oficina com fontes documentais escritas e cartográficas
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